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domingo, 24 de outubro de 2010

PESQUISA

O porquê do tema

Durante as aulas da disciplina Optativa II: Identidades Culturais na Pós-Modernidade, ministrada pela Profª. Drª. Vilma Mota Quintela, foi proposto por ela pesquisas sobre minorias identitárias com base na obra de Hall. Escolhemos pesquisar a minoria masculina no Samba de Pareia da Mussuca, visando compreender o motivo pelo qual dos vinte e quatro componentes desta antiga manifestação cultural, apenas três serem do gênero masculino.

Objetivo

Compreender o processo de reelaboração da cultura da Mussuca que culminou com a mudança na composição do grupo de Samba de Pareia ou Parelha da Mussuca, localizado no Município de Laranjeiras - Sergipe.

Passo a passo

A partir de leituras sobre o Samba de Pareia, elaboramos um questionário e fomos ao local entrevistar a representante do grupo, Dona Nadir, o processo foi registrado em filmagens e fotografias.

Resultado

No Samba de Pareia da Mussuca os homens e mulheres dividem o posto de “Mestre”, sem sexismo (atitudes discriminatórias com base no sexo). Para esta comunidade o que importa é preservar a memória dos seus antepassados, cuidando das heranças culturais recebidas. Deslocamentos na base econômica do povoado Mussuca inviabilizaram uma participação mais efetiva dos homens n0 Samba de Pareia. Isto fez com que as mulheres assumissem o comando desta importante manifestação da cultura imaterial do Estado de Sergipe, tornando-se maioria – 21 mulheres e três homens. Os “Mestres” da esquerda para a direita são: Dudu, Alcides, Nadir, Ilza e Mangueira (irmão de Dona Nadir).



Os moradores da Mussuca ainda resistem à presença do branco e orgulham-se de serem negros remanescentes de quilombolas. Os poucos brancos que lá residem respeitam e valorizam os traços identitários que caracterizam a comunidade da Mussuca.




O envolvente Samba de Pareia da Mussuca contagia até os visitantes, a exemplo do grupo Interativo (Glinan, Joseane, Isabel, Marivaldo e Rosângela).


Dividir o palco com artistas consagrados como Chiko Queiroga e Antônio Rogério, eleva auto-estima, não só dos participantes do Samba de Pareia, mas de todos da comunidade.




A participação do Samba de Pareia da Mussuca em eventos promovidos pelo Governo do Estado, a exemplo do Arraial do Povo, na Orla de Atalaia, demonstra o valor dessa importante manifestação para o acervo da cultura imaterial de Sergipe e do Brasil, pois a escravidão é parte significativa da nossa História.


Dona Nadir orgulha-se de ter sido premiada com as Medalhas de Mérito Cultural Tobias Barreto e a do Mérito Aperipê concedida pelo Governo do Estado em 9 de julho de 2009 e 9 de agosto de 2009 respectivamente, representando a cultura popular com o Samba de Pareia da Mussuca, o que deixa não apenas ela como também todos os remanescentes de quilombolas da Mussuca confiantes e orgulhosos da própria história, contribuindo portanto, para a valorização e a afirmação das suas identidades.

4 comentários:

  1. Parabéns D. Nadir. Homenagens como essa devem ser feitas enquanto a pessoa está aqui para sentir-se orgulhosa por fazer parte de uma cultura.

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  2. Parabenizamos ao grupo pelo brilhante trabalho de divulgação de uma manifestação cultural pouco valorizada até mesmo pelos sergipanos. Esse blog ajudará a preservar a cultura dos negros remanescentes do quilombo.E assim, futuras gerações terão orgulho da própria história.

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  3. Louvável o trabalho desenvolvido pelo Blog.
    Deixo um link para quem deseja assistir apresentação do Grupo de Pareia/Parelha.

    Abraços e bom trabalho.

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